Reajustes em passagens comuns chegam a 25%. Empresas e prefeituras alegam que os custos subiram.
Entre o fim de 2016 e os primeiros dias de janeiro, seis capitais subiram as tarifas do transporte público: Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Florianópolis, Salvador e Teresina. A mais cara delas é a de Brasília – R$ 5 em algumas linhas e no metrô. Na capital paulista, o aumento não foi nos bilhetes unitários, mas na integração entre ônibus e metrô/CPTM e nos bilhetes mensal e 24 horas, que tiveram alta de até 50%.
Segundo levantamento feito pelo G1, mais de 30 cidades reajustaram as passagens. Em municípios da Grande São Paulo, por exemplo, a alta foi de quase 20%.
Alguns dos aumentos pelo país estão sendo questionados na Justiça. É o caso do Distrito Federal, onde a tarifa do metrô e de algumas linhas de ônibus passou de R$ 4 para R$ 5 – uma alta de 25%. O último reajuste tinha ocorrido em setembro de 2015. De lá até novembro de 2016, a inflação acumulou alta de 9,54%.
O novo reajuste foi anunciado numa sexta-feira, antes da virada do ano, e começou a valer na segunda-feira seguinte. A Secretaria de Mobilidade do DF diz que ele é necessário para acompanhar a elevação de custos do sistema e garantir gratuidades, como para idosos, estudantes e pessoas com deficiência.
A Justiça do DF pediu mais explicações. Em resposta a uma ação do PMDB que contestou o aumento, foi dado um prazo para o governo explicar as razões do reajuste da tarifa. Na ação, o PMDB argumenta que o aumento é abusivo por estar acima do reajuste do salário mínimo, que foi de quase 6,5%. O texto também questiona o prazo pequeno entre o anúncio e a mudança nas catracas.
Em Guarulhos, na Grande São Paulo, a alta de quase 20% foi suspensa pela Justiça, para que a população pudesse ter mais tempo para se informar sobre a mudança. O reajuste foi publicado em um dia e passou a valer no outro.
BAHIA
Em Salvador, a tarifa de ônibus metropolitano passou de R$ 3,30 para R$ 3,60 em 2 de janeiro. Foi uma alta de 9,09% em um ano. O último reajuste tinha sido feito em janeiro de 2016. No ano, a inflação deve fechar em 6,38%.
DISTRITO FEDERAL
Em 2 de janeiro, os valores passaram de R$ 2,25 para R$ 2,50 nas linhas circulares e alimentadoras do BRT (alta de 11%); R$ 3 para R$ 3,50 (aumento de 16%) em linhas metropolitanas “curtas”; e de R$ 4 para R$ 5 (reajuste de 25%) no restante das linhas, além do metrô.
ESPÍRITO SANTO
A passagem dos ônibus do sistema intermunicipal Transcol passou de R$ 2,75 para R$ 3,20 a partir de 1º de janeiro. O sistema atende as cidades da Grande Vitória: Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Guarapari, Vitória e Fundão.
MATO GROSSO DO SUL
O reajuste em Campo Grande foi feito no dia 22 de dezembro. O valor da passagem das linhas convencionais e distritais de ônibus urbano subiu 9,23%, ficando em R$ 3,55, depois de uma disputa judicial.
No início de dezembro, um aumento da prefeitura tinha sido suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que questionou a metodologia usada para justificar a alta. O consórcio de empresas de ônibus recorreu da decisão, mas ela foi mantida pela Justiça. Depois, um conselheiro do TCE conseguiu derrubar a suspensão. Antes de entrar em vigor, a tarifa ficou alguns centavos mais cara do que o previsto inicialmente, após pedido feito pelo consórcio.
MINAS GERAIS
Em Belo Horizonte, os valores subiram nesta terça-feira (3). A tarifa predominante passou de R$ 3,70 para R$ 4,05 – um aumento de 9,45%. Considerando todos os tipos de passagem, o reajuste médio foi de 9,04%.
Em Coronel Fabriciano, Timóteo e Ipatinga, houve um reajuste de 11,8%, e o valor ficou em R$ 3,80.
Em Pouso Alegre, a tarifa urbana passou de R$ 3 para R$ 3,20 (alta de 6,66%). Nos trajetos rurais, foi de R$ 4 para R$ 4,50 (alta de 12,5%).
Na cidade de Lavras, a nova tarifa ficou em R$ 3,30 – alta de 10%. Em Poços de Caldas, o reajuste foi de 9%, e a tarifa urbana passou de R$ 3,30 para R$ 3,60. O reajuste foi de 9%.
PARANÁ
A cidade de Londrina alterou o valor das passagens no primeiro dia do ano. Elas passaram de R$ 3,60 para R$ 3,80 – alta de 5,5%.
PIAUÍ
Em Teresina, foi confirmado nesta quinta-feira (5) um reajuste de 20% na tarifa de ônibus, que passará de R$ 2,75 para R$ 3,30, mas o valor para os estudantes vai continuar congelado em R$ 1,05. A mudança deve começar a valer na sexta (6).
SANTA CATARINA
As tarifas subirão 11% em 8 de janeiro em Florianópolis, ficando em R$ 3,90 (pagamento com dinheiro) e R$ 3,71 (com cartão).
Em Joinville, a passagem fica 8,1% mais cara a partir de 9 de janeiro. Custará entre R$ 4,00 (antecipada) e R$ 4,50 (embarcada).
SÃO PAULO
Na capital paulista, a tarifa simples de R$ 3,80 não sofrerá aumento. Mas o valor da integração ônibus e Metrô/CPTM vai subir de R$ 5,92 para R$ 6,80 (alta de 15%) a partir de 8 de janeiro. Também ficarão mais caros outros tipos de bilhetes:
– Bilhete 24 horas (comum): vai aumentar de R$ 10 para R$ 15
– Bilhete 24 horas (integração): vai aumentar de R$ 16 para R$ 20
– Bilhete mensal (comum): vai aumentar de R$ 140 para R$ 190
– Bilhete mensal (integração): vai aumentar de R$ 260 para R$ 300
Em Guarulhos, passará de R$ 3,80 para R$ 4,50 (alta de 18,4%). A frota tem mil veículos.
Em outras cidades da Grande São Paulo, como Barueri, Mauá, Santo André, Osasco e Carapicuíba, o valor teve reajuste de 10,5%, ficando em R$ 4,20.
Em Francisco Morato, a alta foi de 17,1% e a tarifa chegou a R$ 4,10. Em São Caetano do Sul, a passagem começou a custar R$ 4,10 em dezembro, o que significa um aumento de 10,8%.
A cidade de Campinas reajustou em 18% a tarifa, que passará a custar R$ 4,50 no próximo sábado (7). As integrações – quando o usuário usa o Bilhete Único em mais de uma linha em até duas horas – deixarão de ser gratuitas. As segundas integrações (embarque no terceiro ônibus) terão uma taxa de R$ 0,30.
Em Guarujá, no litoral de SP, o preço sairá de R$ 3,20 para R$ 3,70, o que representa uma alta de 15,63%.
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