Além de uma data simbólica para relembrar a história centenária dos serviços postais mundo afora, o dia também contribui para um maior debate sobre os processos de modernização e valorização dos serviços. No Brasil, a celebração é acompanhada de conscientização sobre o papel dos Correios no país.
O Dia Mundial dos Correios não é celebrado em 9 de outubro por acaso! Foi neste dia, em 1874, que surgiu a União Postal Universal, criação que deu origem à maior rede de distribuição de postais ao redor do mundo. O Tratado de Berna, assinado na Suíça, agrega atualmente mais de 190 países.
A grande motivação da data nos dias de hoje se dá por uma força tarefa em reconhecer as atividades de milhares de carteiros ao redor do mundo, que ainda hoje lutam para entregar correspondências em localidades distintas. Em alguns países, a data é comemorada por meio de ações sociais e eventos temáticos.
Entretanto, a principal finalidade da celebração é relembrar aos países sobre a importância da profissão. Diversas atividades e programas são criados para valorizar os funcionários, além de gerar debates sobre a modernização dos serviços.
A atividade postal no Brasil surgiu muito antes da criação do Dia Mundial dos Correios, precisamente quando o país ainda era colônia de Portugal. A criação do Correio-mor brasileiro se deu em 25 de janeiro de 1663, por meio da nomeação de João Cavaleiro Cardoso como assistente do Correio-mor do Rio de Janeiro.
Ou seja, os Correios surgiram há 358 anos! De lá para cá, entre altos e baixos, tornou-se um marco na criação de serviços de envios e entregas em todo o país. Foi somente em 1929 que o governo brasileiro regulamentou os Correios como instituição pública, dando início a uma nova era da empresa que conhecemos até hoje.
Já em 1931, a entidade se fundiu com o serviço de telégrafos brasileiro, dando origem ao Departamento de Correios e Telégrafos – o DCT. Após um período de adaptação, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT foi oficializada como a partir de 1969.
A ECT passou por um longo período de modernização ao longo de sua história. Conforme as demandas por serviços foram aumentando, a empresa também evoluiu e passou a implementar diferentes sistemas e funcionalidades. Entre os maiores destaques dos Correios ao longo de sua história, destaca-se:
Longa escala de entrega
Atualmente, o serviço postal brasileiro atende cerca de 5.561 municípios, por meio de uma logística ampla e integrada de Norte a Sul. São mais de 12 mil agências espalhadas ao redor do Brasil, com serviços que vão além do simples envio e recebimento de cartas.
Incorporação do Sedex
Uma das maiores revoluções dos serviços postais brasileiros foi o avanço dos serviços dedicados a entregas rápidas. Em um país extenso como o Brasil, o envio e entrega de malotes deu lugar a um serviço de encomendas expressas, e foi assim que surgiu o Sedex. Hoje, é possível enviar e receber produtos em até 24 horas.
Serviços variados
Como dito anteriormente, os serviços postais evoluíram a ponto de se tornarem um serviço multiuso para diversos fins. Os Correios, propriamente ditos, oferecem ao país hoje mais de cem produtos – além de parcerias com transportadoras terceirizadas.
Responsáveis por mega operações logísticas ao redor do país, os Correios são responsáveis por fazer a entrega oficial de malotes governamentais. É o caso das provas anuais do Enem, a logística dos eventos internacionais e a crescente demanda do comércio eletrônico.
Uma pergunta bastante frequente em relação aos serviços de envio de cartas brasileiros é quanto à privatização dos Correios. Tema recorrente no entra e sai de governos, o Projeto de Lei (PL) 591/21 passa, atualmente, por revisão e discussão. Nos últimos tempos, foi aprovado pela Câmara dos Deputados, e agora aguarda análise do Senado.
Apesar de certo avanço, há enorme resistência por parte dos funcionários e centrais sindicais. O tema é polêmico e gera debates calorosos por onde passa. De um lado, há quem defenda que o serviço dos Correios se tornou obsoleto com o passar das décadas, gerando reclamações em massa da população.
De outro, há quem defenda que o serviço estatal gera maior regularização sobre a entrega e envio de serviços para todos os municípios brasileiros, mesmo aqueles isolados ou de regiões ribeirinhas. Fato é que a discussão vai longe, e há bons argumentos para ambos os lados.
O processo de venda dos Correios tende a ser complicado, por se tratar de uma empresa pública e centenária. Independentemente da decisão final, haverá um longo processo de debates, ajustes e transição.